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Ser ou cumprir um propósito

  • Foto do escritor: Judith
    Judith
  • 4 de set. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 8 de mar. de 2024

Há pouco tempo uma amiga pediu-me, como parte de um exercício, para lhe indicar três propósitos que, na minha opinião, eram a sua missão na vida.

Duas semanas depois, consegui sistematizar uma resposta mas a insatisfação perante a mesma persegue-me até hoje.

Parece-me redutor que o cumprimento da nossa missão na terra se resume a cumprir um desígnio que se manifesta na nossa evolução pessoal e espiritual. Não faz sentido para mim que o nosso propósito seja somente o cumprimento de uma missão para nós. Presunçosamente, acredito que deverá também fazer parte da nossa missão cumprir um propósito na vida dos outros e no moldar do mundo ao nosso redor.

Desta feita, permanece a dúvida. Será o meu propósito aquilo que mudei em mim ou o que mudei nos outros?

Dias depois, noutra conversa completamente desvinculada desta primeira, alguém confessou-me que sentia que muitas das pessoas que nos deixam cedo parecem ter caminhado no mundo perturbadoramente cientes de quem eram e do seu propósito na vida. Segundo ela, por isso é que Deus - a pessoa em questão é crente - clamava mais cedo a si essas pessoas. Paradoxalmente, eu conheço muita gente mais velha que caminha com essa graça, essa confiança genuína e atitude generosa de que ela falava. Será que Deus as criou e as abençoou com uma vida longa para servirem o seu propósito servindo a vida e o propósito dos outros? E que dizer de quem parece desvanecer cedo sem aparentemente ter cumprido a sua missão? Seria o propósito dessas pessoas tão somente impactar a vida dos outros?


Parece-me incontornável que sobre nós paira um véu destinado a velar o mistério da vida.

Creio que só nos resta buscar ser a melhor versão de nós sem saber se o propósito é evoluirmos nós ou mudarmos e iluminarmos o mundo que habitamos. Ou talvez, qualquer uma destas respostas implica necessariamente a veracidade da outra e, no final, o propósito da nossa vida se cumpra sempre. Por entre este ansioso questionamento, nada mais nos resta que confiarmos uns nos outros para suportar o peso dessa incerteza nas nossas vidas e nas vidas de quem pelo caminho deixamos ou nos deixam.

Mistérios, de facto.




 
 
 

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